Pedro Paulo Bruno nasceu em 14 de outubro de 1888 na casa de sua família na Ilha de Paquetá. Aos sete anos de idade, Bruno ensaiava seus primeiros traços, e aos nove já era reconhecido em Paquetá como um desenhista promissor. Em 1897, quando o pintor Giovanni Battista Castagneto, também de origem italiana, esteve em Paquetá, Pedro Bruno imediatamente estabeleceu amizade com o artista, oferecendo-se para transportar seu cavalete, sua paleta e seus pincéis para os diversos lugares da ilha que o artista retratava.
O menino ficava horas a observar com atenção o trabalho do mestre, tornando-se um discípulo dedicado. Em 1910, ao retornar a Paquetá, envolto e seduzido pelas belezas da ilha, Pedro Bruno percebeu que era a pintura a atividade que o empolgava. Indiferente às dificuldades que sua corajosa decisão poderia acarretar, iniciou, de maneira autodidata, uma nova carreira. Sozinho pelas praias, com seu material de pintura, seguiu retratando incansavelmente os recantos da ilha.
Em 1912, recebeu a Medalha de Bronze, do Salão de Belas Artes, pela paisagem marinha entitulada Manhã Azul. Suas telas impunham-se pelo empenho técnico, com o que Bruno obteve o respeito da crítica especializada.
Com o intuito de aprimorar sua técnica, Bruno ingressou na Escola Nacional de Belas Artes em 1918. Em agosto do ano seguinte, o Conselho Superior de Belas Artes conferiu-lhe o Prêmio de Viagem da 26ª Exposição Geral. O quadro vencedor entitulava-se A Pátria, uma concepção cívica que simbolizava a construção da pátria brasileira ao retratar um grupo de mulheres simples que, de maneira dedicada, costuravam a bandeira nacional.
Sobre a premiação, Coelho Netto escreveu o seguinte no jornal A Noite: "O júri naturalmente votou o prêmio ao pintor pela execução da obra, eu votaria pelo poeta que soube vestir uma idéia augusta com o pano sagrado em que se envolve a Pátria!". Um detalhe do quadro A Pátria de Bruno foi incluído na nota de 200 cruzados novos, que homenageava o centenário da Proclamação da República.
O último grande trabalho de Bruno foi a tela Gonçalves Dias, pintada no ano anterior ao de sua morte. Em 1948, Pedro recebeu a maior homenagem em vida: um busto seu foi erguido na praça que leva seu nome. A obra, idealizada por Paulo Mazucheli, tem como legenda: "O poeta da cor, das árvores e dos pássaros". |